Caso Hidramix

Ex-mulher de bombeiro depõe no inquérito da BM

Lizie Antonello

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Os oficiais que conduzem o Inquérito Policial Militar (IPM) sobre a Hidramix, que prestou serviço para a boate Kiss em 2012 e tinha um bombeiro como sócio, ouviram, ontem, o primeiro depoimento. O IPM foi instaurado no início de maio pelo Comando-Geral da Brigada Militar (BM). O objetivo é investigar as denúncias de tráfico de influência e possível esquema de comissões a bombeiros do 4º Comando Regional de Bombeiros (4ºCRB) com sede em Santa Maria. A Polícia Civil e o Ministério Público já investigam o caso.

A depoente foi a própria denunciante, Gilceliane Freitas Dias, ex-mulher do bombeiro e ex-sócio da Hidramix Roberto Flavio da Silveira e Souza. Em 27 de março, ela prestou depoimento e entregou documentos da empresa à Polícia Civil, que investiga possíveis crimes na esfera civil. Em depoimento, ela revelou um suposto esquema em que os bombeiros que indicavam a Hidramix a empresas receberiam 10% do valor da obra. Disse ainda que 70% dos trabalhos executados pela empresa seriam advindos de indicações dos bombeiros.
- Vamos apurar as denúncias sobre envolvimento de qualquer policial militar. É interesse da Brigada Militar chegar à verdade sobre todos os fatos - disse o tenente-coronel Vitor Hugo Konarzewski, comandante do 2º Comando Regional de Bombeiros, com sede em São Leopoldo, que preside o IPM.

O servidor público, que pode ser exonerado, nega as denúncias, disse que a empresa nunca promoveu facilitação, que não era indicado pelos colegas e que nunca pagou comissão a bombeiros. Disse ainda que a ex-mulher fez as denúncias porque estava magoada com o fim do casamento e com suposta traição.

AS DENÚNCIAS

- O sargento Roberto Flavio da Silveira e Souza atuava na equipe de socorro dos bombeiros e está afastado. Era sócio da Hidramix, empresa que atuava na área de prevenção a incêndios e é investigada em inquéritos civil e policial
- Em 2012, a empresa colocou barras antipânico na boate Kiss
- O Inquérito Policial Militar (IPM) sobre a Kiss indiciou o sargento, que foi afastado pela BM, mas o MP arquivou o caso
- Em março do ano passado, a Polícia Civil começou a investigar o suposto tráfico de influência envolvendo bombeiros e a Hidramix. O inquérito foi encerrado e remetido à Justiça, em janeiro deste ano, sem indiciamento
- Após o depoimento de Gilceliane, em março, a polícia reabriu o inquérito
- A Hidramix também é alvo de um inquérito civil público, de dezembro de 2011. O MP investiga se houve improbidade administrativa por parte do bombeiro. O MP vai aguardar o término do inquérito da Polícia Civil para concluir a investigação

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